Chiang Mai, Tailândia


Olá,

Neste Quintal contarei sobre a cidade de Chiang Mai, ao norte da Tailândia, nosso último destino no país. Passamos alguns dias entre templos budistas, massagens, mercados exóticos, cursos de culinária e um emocionante encontro com elefantes. Essa foi uma das cidades mais interessantes que visitamos durante a viagem!

Então vamos lá!

VIAGEM DE TREM ATÉ CHIANG MAI…

Saímos de Bangkok no final da tarde com destino a Chiang Mai, iríamos viajar por toda a noite com chegada prevista para 9h da manhã, seriam mais de 14h de viagem. Antes de partir aproveitamos para comprar na estação de trem algumas comidinhas, pois nosso jantar já havíamos comprado perto do nosso hotel em um restaurante delicioso que sempre almoçavamos.

Estávamos prontos e ansiosos para o embarque, queríamos muito viver aquela experiência de viajar de trem. Na plataforma de embarque vimos um outro trem super luxuoso e requintado, o Expresso Oriental, um trem que faz longas viagens (5 a 10 dias), com várias paradas entre Singapura, Malásia e Tailândia.

Ficamos curiosos para ver como era por dentro, colocamos a testa no vidro e vimos um restaurante todo decorado, igual ao de alguns filmes de antigamente. Bem romântico! Na entrada deste trem havia um casal com trajes de gala recepcionando todos os tripulantes. Bom! Nosso trem não era o Expresso Oriental, mas era muito bom também!

Estação e Expresso Oriental

Nosso trem chegou e nos acomodamos em nossa cabine privativa com ar condicionado e tudo mais! O apito avisou que estávamos partindo e ao poucos Bangkok foi ficando para trás. Da janela apreciamos todas a paisagem da cidade e a chegada do anoitecer, que trouxe junto com ela uma leve chuva.

Chegou então a hora do jantar e como foi nossa primeira viagem de trem, não sabíamos que existia um serviço de bordo com garçons oferecendo diversos pratos para comprar direto do restaurante. Porém, já havíamos levado o nosso jantar, é sempre melhor prevenir, afinal não sabíamos das condições de higiene do trem. Imaginem uma diarréia em plena viagem. Preferimos não comprar nada.

Após o jantar uma funcionária do trem trouxe lençois e travesseiros para todos os passageiros, ela arrumou nossos assentos que em alguns segundo viraram duas camas (beliche). O Ro ficou com a parte de baixo e eu fiquei com a de cima. Na hora de dormir, foi só fechar a cortina e estávamos em nossa cabine privativa! Infelizmente eu não consegui dormir direito mas o Ro só acordou na manhã seguinte.

Nosso trem Bangkok to Chiang Mai e cabines privativas!

O trem atrasou algumas horas e chegamos perto das 14h da tarde, a previsão era chegar as 9h, um atraso de mais de 05 horas. Sem problemas, não havíamos reservado nada e tínhamos tempo e comida de sobra. Aproveitamos para tomar um belo banho, pois todos os vagões possuem banheiros com chuveiros. É um pouco diferente dos nossos, pois o vaso sanitário é um buraco no chão e o chuveiro é um chuveirinho manual (igual aos nossos de lavar o bumbum). Imaginem o sufoco que é segurar o chuveiro, evitar pisar no buraco, se ensaboar e se equilibrar para não cair com o balanço do trem. Ufa! No final deu tudo certo e o banho foi bem vigorante.

CHIANG MAI

Depois dessa longa jornada, desembarcamos na cidade de Chiang Mai. Nossos planos aqui eram incertos, estávamos em dúvida sobre o que faríamos pela região, pois as opções eram muitas. Podíamos escolher entre visitar templos budistas, fazer trilhas de vários dias nas montanhas (dormindo em comunidades indígenas), visitar centros de tigres e de elefantes, fazer cursos de culinária tailandesa, cursos de massagem e muitas outras atividades que a cidade oferece. Pode-se fazer tudo também se você tiver tempo, disposição e dinheiro.

A primeira coisa que fizemos foi arrumar um hotel e se instalar. Checamos vários, até que encontramos um bom, simples e barato, o North Land Hotel com direito a internet, chuveiro quente, ar condicionado e tv a cabo, tudo por $13 dolares!

Ficamos localizados no centro antigo da cidade, com ruas estreitas, muitos cafés, restaurantes, carrinhos vendendo comidas e feiras. Parecia que estávamos em uma pequena vila no interior. Para nós o local estava ideal, pois conseguíamos fazer tudo à pé, aqui é comum alugar bicicleta para percorrer a cidade, mas preferimos o de sempre, caminhar! Apesar de eu ter falado que parecia interior e era tranquilo, algumas avenidas tinham um certo trânsito em horário de pico, e atravessar a rua era um sufoco!

TEMPLOS BUDISTAS

Nossos primeiros dias foram para conhecer os os vários templos Budistas espalhados pela cidade. Vimos diversos budas (gordinhos e magros; sentados e deitados), monges (reais e de cera), jardins esculturais e alguns monumentos dedicados aos elefantes. Chiang Mai abriga um templo espetacular chamado o Buda de Cristal, é uma escultura do Buda sentado na postura de lotus, feito em pedra transparente com detalhes em ouro. Infelizmente não tiramos foto, pois era proibido. Mais valeu a visita!

Monges, templos e Budas

Templos e monumento aos elefantes

CURSOS DE CULINÁRIA

Entre as diversas opções da cidade decidimos fazer os cursos de culinária, pois Chiang Mai é famosa por sua gastronomia. Os cursos são extremamente recomendados por todos os livros, comentando que é uma experiência única, divertida, saborosa e fácil de se aprender.

Reservamos um curso de um dia todo em uma fazenda e uma van nos buscou no hotel por volta das 8h da manha para iniciar o nosso dia de culinária tailandesa. Fomos deixados no centro da escola, ainda na cidade, junto com outros 6 turistas como nós. Lá, todos receberam uma folha com nomes dos diversos pratos disponíveis para fazer, eram mais de 30 opções e cada um podia escolher 6 pratos (entrada, prato principal, aperitivo, salada, sopas e sobremesa). Combinei com o Ro que faríamos 12 pratos diferentes, assim poderíamos provar a maioria e aprender muito mais.

Em seguida todos nos fomos para uma mercado local, onde conhecemos alguns temperos, ervas, vegetais e raízes que seriam utilizados no preparo dos pratos. Conhecemos também as variedades de macarrão de arroz, os tipos de arroz, pimentas e pimentas.

Mercado local com sua diversidade!

Da feira seguimos para a fazenda, cerca de 40min da cidade. Quando chegamos fomos levados para um tour nas plantações de abóbora, bananeiras, maracujá, milho, pimentas, ervas e muitas outras plantas. Tudo isso ao estilo Tai, com chapéus de arrozais!

Após o tour e antes de começar o curso, fomos apresentados para um tradicional prato tailandês, servido como entrada. Um prato simples e saboroso, que leva folhas de alface, amendoim, coco queimado, mel, cebola, pimenta e limão. Para comer, basta fazer uma concha com o alface, colocar tudo dentro e comer. Simples assim!! Sem frescura!!! Delicioso e super fácil de preparar em casa! Fica a dica!

Farm Cooking Class!

Aprendendo a preparar o famoso “Curry”

Hora de aprender a cozinhar! Para começar todos ajudaram no preparo das comidas, cortando tudo e separando cada ingrediente. Em seguida aprendemos a preparar os legítimos curries (3 tipos, vermelho, penang e verde) que confesso foi o mais surpreendente. Para fazer o curry, usamos um equipamento a moda antiga, colocamos todos os ingredientes dentro de uma cuba de pedra e socamos com um tacho também de pedra até ficar bem moído.

Esse metódo faz uma grande barulheira na cozinha mas é bem divertido! Este modo de moer é bem tradicional, hoje em dia é mais fácil e prático usar um triturador elétrico, e para aqueles da vida moderna onde o tempo é precioso, pode-se comprar currys prontos nos supermercados, mas o sabor e a qualidade são bem diferentes. Só por curiosidade, os temperos de curry que usamos no Brasil, não existem na Tailândia e os verdadeiros curries são completamente diferentes.

Com os ingredientes cortados e separados era hora de acender o fogo e colocar a panela wok para trabalhar. Nessa hora era uma correria contra o tempo para não queimar a comida. Usávamos uma verdadeira mistura de molho de ostra, molho de peixe, caldo de cogumelo, leite de coco e óleos vegetais. Tudo que fizemos teve a supervisão da professora, uma tailandesa muito engraçada que fazia caras e bocas para explicar as comidas.

Preparando um Pad Tai, salada de mamão, curry e sopa de camarão!!!

Cada prato que terminávamos levávamos à mesa e era hora de provar. Eu provava o do Ro e vice e versa, tudo muito descontraído! Aprendemos a preparar varias sopas, saladas, frangos, macarrão tailandês, risotos e doces. No final recebemos um livro cada, com todas as receitas que fizemos na aula. Adoramos o curso e recomendamos para todos que tem interesse na culinária tailandesa.

Gostamos tanto do primeiro curso que decidimos fazer outro, só que dessa vez mas curto e na cidade. Chegamos na escola e o procedimento inicial foi o mesmo da outra escola: escolher os pratos, conhecer os ingredientes na feira e aprender a fazer o curry. Fizemos alguns pratos iguais e outros diferentes do primeiro curso. Queríamos aprender mesmo a fazer alguns pratos que adoramos como a Salada de Maga, o Frango com Castanha de Cajú, as Sopa com Vegetais e leite de coco fresco. Valeu muito, mas gostamos mais do primeiro, acredito que a interação com a professora foi melhor e mais divertida!

MUITA MASSAGEM TAI!

Outra opção em Chiang Mai é fazer cursos de massagem tailandesa ou somente receber deliciosas massagens nos pés ou no corpo inteiro. Nos não fizemos nenhum curso, mas o Ro recebeu massagem quase todos os dias. A quantidade de casas de massagem é enorme na Tailândia e muito mais em Chiang Mai. O preço é quase de graça, variando de $2 a 10 dolares por uma hora.

Bom! Eu não sou muito fã, mais de tanto o Ro falar bem,eu resolvi tentar. Entramos na casa e para começar lavaram nossos pés com água morna e sabão, trocamos nossas roupas por um tipo de kimono, deitamos em futons no solo e aguardamos as massagistas. Antes de iniciar ela me perguntou se eu queria forte ou leve, eu disse leve e o Ro disse bem forte…rs.

A massagem teve início nos pés, passando por todo o corpo e parando na cabeça. Neste estilo se utiliza as mãos, os cotovelos, joelhos e pés para massagear, no final ela ainda estala toda as costas. Eu não relaxei e não consegui aproveitar muito a massagem, já o Ro saiu feliz da vida e marcando a próxima para o dia seguinte.

Massagem Tai

Bom! Quis dar uma segunda chance e voltei outro dia na casa de massagem, só que dessa vez para massagear somente os pés. Que bom que dei outra chance, pois foi 1h de uma deliciosa massagem com óleo, palito, aperto, estalo e muito relaxamento nos meus pés. Confesso que foi a melhor massagem da minha vida, eu consegui dormir e relaxei profundamente. Que massagem divina!

UM DIA COM OS GRANDES ELEFANTES

Em Chiang Mai decidimos também visitar um centro de elefantes. Pesquisamos muito antes de optar por este passeio, pois sou contra qualquer tipo de abuso feito aos animais. Já havia ouvido muitas histórias de que os elefantes são judiados e alguns até torturados para servirem a shows, circos e outras atividades. Enfim, depois de muito procurar e perguntar pela região, decidimos visitar um centro de elefantes que parecia não maltratar eles. Queríamos ter nossa própria opnião.

Deixamos a cidade com uma van e nossa primeira parada foi em um mercado local para comprar muitas pencas de bananas, nosso guia nos contou que eles adoram! Seguimos estrada por mais 1h e chegamos ao local.

Mercado local e muitas bananas!

Assim que chegamos vimos muitos elefantes em um gramado a céu aberto. Antes de encontrar com eles tivemos algumas intruções de como se comunicar usando algumas palavras na língua Tai, como parar, andar, direita, esquerda e ré. Estava muito ansiosa e confesso que nem prestei muita atenção no que o guia falou…rs!

Pegamos as bananas e fomos até os elefantes. Lá tivemos mais explicações, só que agora era na prática e não tinha mais nada de teoria. Dessa vez eu prestei atenção e segui direitinho os comandos. Fomos apresentados aos elefantes que deram um beijo com sua tromba em cada um, parecia um aspirador de pó molhado. Que aflição! Foi bem diferente, não é todo dia que se recebe um beijo de um elefante.

Depois aprendemos a montar no elefante, tudo no pelo, sem sela ou cadeira. Uma vez em cima me senti pequena diante do tamanho dele. Fiquei impressionada com a delicadeza e leveza que se moviam. De cima do elefante você vê o mundo com outros olhos. É uma experiência única que recordaremos para o resto da vida.

Um detalhe em particular me incomodou bastante. Todos os guias tinha um bastão de madeira com uma extremidade de ferro afiada na ponta, era um furnicador, que não foi usado em nenhum momento que estávamos por lá. Eles utilizam para educar os elefantes jovens que são retirados das mães depois do período de amamentação e levados para uma escola, onde aprendem os comandos para obedecer os tratadores. Possívelmente os ensinam usando o furnicador. Que triste se for verdade!

Avistando os grandes, levando bananas, beijo molhado e andando de elefante!

Depois que “aprendemos”a conduzir o elefante, seguimos para um passeio até um rio, onde daríamos banho nos bichinhos! O passeio foi um pouco tenso, pois tínhamos que nos equilibrar com as coxas em seu pescoço, os pés na orelha e apoiar nossas mãos na cabeça dele, que por sinal é bem macia com pêlos grossos. No caminho até o rio os elefantes paravam para comer tudo que encontravam (frutas no chão, bambus nas árvores e bananas com os guias).

Chegamos no rio e entramos junto com eles, que se abaixaram para nós descermos. Recebemos balde e escovinha e esfregamos, molhamos, jogamos água, nadamos, demos beijos, muito carinho e nos divertimos bastante. Foi delicioso e só tivemos que agradecer aos elefantes, por todo aquele dia de alegria.

No final ainda tivemos o privilégio de visitar um bebê elefante de 3 meses de vida, que estava com a mãe em um local mais reservado. Que fofura de bebê, queria ter pego no colo, mas o bichinho já pesava muitos quilos.

Passeio, banho, carinho e a fofura de bebê!

A CAMINHO DO SRI LANKA

Dias longos e divertidos se passaram em Chiang Mai e já era hora de partirmos para o Sri Lanka, nosso próximo Quintal. Para chegar lá pegamos um voo de volta para a Kuala Lumpur (Malásia) onde ficamos 3 dias na casa dos nossos amigos Debby e Richard, havíamos deixado as pranchas do Ro e algumas coisas na casa deles, pois já sabíamos que iríamos regressar para pegar nosso voo com destino a Colombo, no Sri Lanka.

Entramos em contato com nosso amigo Esky (o japonês de muitos quintais) que já estava por lá nos esperado para fazermos algumas viagens juntos. Optamos pelo Sri Lanka para conhecer as famosas ondas de Arugam Bay, um dos melhores destinos do mundo para surfar. Mas essa estória e muitas outras contarei no próximo quintal. Nos aguardem!

Beijos e abraços

Priscila e Rodrigo

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6 Respostas para “Chiang Mai, Tailândia

  1. Olá, sou Massoterapeuta e gostaria de fazer um curso de 1 dia na Tailândia. Não sou boa no inglês é isso está me deixando com medo você conhece cursos lá e se eu conseguiria um tradutor?

    • Oi Amanda, desculpe a demora. Será pouco provável que consiga um tradutor de portugues lá, tenta ir com alguem que fale ingle e portugues já do Brasil.
      Abraços

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