Buenas Muchachos e Chicas,
Saímos de Santa Catalina no pacífico com destino a Bocas Del Toro. Muitas pessoas nos influenciaram a visitar estas pequenas ilhas no Caribe. Brasileiros, americanos, venezuelanos que encontrávamos no meio do caminho nos diziam de suas águas transparentes, de sua vegetação exuberante com coqueiros e árvores nativas, de suas festas e da boa comida. Decidimos então ir conhecer.
Para chegar de ônibus em “Bocas”, como é conhecida, precisa-se ter paciência e disposição. O trajeto é longo e como sempre há muitas trocas de ônibus e taxis. Como estávamos em Santa Catalina que se encontra no lado do oceano Pacífico, teríamos que cruzar o Panamá inteiro para ir em direção ao Mar do Caribe. No percurso passamos por algumas cidades interessantes com “Chiriqui Grande“, uma província onde vivem muitos indígenas que tiram seu sustento vendendo roupas típicas como vestidos extremamente coloridos, com bordados e fitas delicadamente costuradas nas bordas das mangas e na barra da saia. A brisa no ônibus sem ar condicionado é muito gostosa, o vento fresco bate na pele e os olhos correm para a janela, onde vemos muitas árvores altíssimas e imponentes. Elas se abraçam e formam uma linda floresta verde escura e úmida. Conforme as curvas e as descidas surgiam, e a velocidade do ônibus aumentava, os caminhos traziam um cheiro de chá verde da mata onde o sol atrás se escondia e dava espaço para o começo da noite estrelada.
Após quase o dia todo viajando, chegamos à cidade de “Almirante“, última cidade que se para antes de pegar o taxi barco até as ilhas de “Bocas“. Por causa do horário, tivemos que pegar um taxi barco clandestino, sem luz, sem muita gasolina, que ainda parou no meio de um “muquifo” para abastecer, mas para alívio geral havia coletes salva-vidas. Após 45 min de barco chegamos em “Bocas” mas especificamente na Isla Colón, procuramos um hotel mas não ficamos nessa ilha, decidimos seguir a dica do casal de brasileiro que havíamos conhecido em Santa Catalina, e então pegamos um barco e fomos para Isla Carenero. Chegamos a noite e ficamos hospedados em Cabinas privadas de frente para a praia de um americano da Florida e sua mulher. A Isla Colón é a ilha principal, a maior de todas e com um ritmo caribenho estampado em cada casa que íamos vendo. Optamos por ficar na Isla Carenero, praticamente a 2min de barco da ilha principal. Carenero é o oposto de Colón, uma ilha tranquila, pequena, com poucas opções de hospedagem e banhada pelas águas claras e calmas do caribe.
Bocas Del Toro é a “Jamaica Panameña”, todos levam uma vida caribenha com um ritmo mais lento, onde o turismo é a única fonte de renda. Aqui os gringos (em sua maioria dos EUA) são donos dos hotéis e restaurantes, os chineses dos supermercados, e os panamenhos e índios dos taxis e barcos. Em “Bocas” podemos encontrar desde resorts com bangalôs dentro d´água até albergues, tem para todos os gostos. A comida local tem base em peixe, arroz de coco, banana e salada, muito boa e nutritiva. Os taxis te levam entre as ilhas e para qualquer parte delas. Sempre tem um malandro na rua tentando te vender algum passeio.
O surf é “world classic”, porém julho não é a temporada de ondas, mas sempre tem quando uma tempestade se forma no caribe. Decidimos ir para “Bocas” exatamente porque uma tempestade havia se formado e vários surfistas que encontramos no caminho nos falaram que deveríamos ir para lá. Como previsto, as ondas chegaram, e eu Rodrigo, surfei em Carenero, uma onda com o mesmo nome da ilha, que quebra para a esquerda em uma rasa bancada de coral. Uma onda perfeita com várias sessões para todos os níveis de surf. Além dessa onda, existem também outros picos como Bluff, Punch e etc, ondas que não tive a oportunidade de surfar, pois estava com os dois cotovelos inflamados de tanto remar em Santa Catalina, mas aproveitei bastante dois dias de surf em Carenero.
Ficamos por lá cinco dias que foram de muita chuva e pouco sol. Quando a chuva nos dava trégua saíamos para conhecer a ilha. A primeira impressão foi de um lugar lindo, com praias paradisíacas, areia brancas e quase sem habitantes. Como chovia demasiado, fizemos amizade com um índio chamado Israel, que era o chefe da cozinha do hotel onde estávamos hospedados. Tivemos algumas aulas em seu dialeto indígena “Ngöbe-Buglé“. Com ele aprendemos algumas palavras como “Dantore Dare” (bom dia) e “Dantore Dere” (boa tarde). Uma figura simpática e de bem com a vida.
Vimos no caribe panamenho muitos contrastes que não esperávamos. Nosso hotel dava fronteiras sem muro, apenas com coqueiros para uma vila de pecadores locais. A sujeira e a pobreza naquele pequeno paraíso nos chocaram e a dura realidade muito vista e conhecido no Brasil, bateu na nossa cara em pleno caribe. Águas claras e cheias de peixes se chocavam com esgotos a céu aberto. Muitos lixos de todos os tipos ficavam a margem e embaixo das casas de palafitas, cachorros magros e crianças peladas brincavam em seus quintais sujos e fétidos. Mais adiante caminhando um pouco sobre a mata nos deparamos com lindas casas de frente para o mar, com seus terrenos limpos, rastelados com perfumes de flores. Um contraste do luxo e do lixo que sabíamos que iríamos encontrar.
Deixamos Bocas Del Toro em uma manha ensolarada calma e tranquila, não se ouvindo nenhum som de festas ou músicas e sim o motor do barco, a brisa gelada da manha e as gotas de agua que molhavam nossos cabelos. Partimos com destino ao nosso quarto quintal, Pavones, agora já na Costa Rica, conhecida também como PURA VIDA!!! Pavones, simplesmente a segunda esquerda mais longa do planeta, só fica atrás de Chicama no Peru.
O que encontrar (ou não) nos Quintais de Bocas de Toro:
- Difícil acesso;
- Jamaica Panameña;
- Frutos do Mar;
- Gringos, chineses e índios;
- Surf para todos os níveis de experiência;
- Festa quase todos os dias na Isla Colon;
- Tranquilidade e sossego na Isla Carenero, a não ser pelas festas no albergue “Aqua Loudge”;
- Taxi barco;
- Barcos e veleiros que estão viajando pelo mundo;
- Cachorros soltos na rua;
- O contraste do Rico com o Pobre;
Acompanhe-nos no próximo Quintal…
Beijos e abraços
Rodrigo e Priscila
Vista do deck do Hotel com Taxi Barco Passando
Olá Pri e Rodrigo.. Gostaria de agradecer os post de vocês, eles me ajudam muito a organizar minhas viagens até porque os roteiros como envolvem surf e cultura é sempre bem parecido. Fui ao México com meu namorado ano passado e as informações de vocês foi fundamental. Parabéns!
Estamos indo para Panamá fim do ano e o roteiro é praticamente igual o de vocês incluindo San Blas. Gostaria de fazer algumas perguntas. Sobre a saída de Cidade do Panamá para Santa Catalina temos que comprar as passagens antes ou é só ir até o terminal mesmo, e que horad começam a saída dos ônibus?
E de Santa Catalina para Bocas, de onde partem os ônibus e as mesmas questões da pergunta anterior.. obrigada beijos
Olá Juliana, que bom que nossa viagem pode ajudar vocês. É sempre gratificante receber mensagens como a sua. Bom, sobre o trajeto Cidade do Panamá para Santa Catalina, é bem complexo, leva o dia inteiro se for de bus e tem que fazer duas trocas de onibus, porém não é preciso reservar, é só chegar e pegar o primeiro que tiver saindo. Tem onibus saindo a todo momento, mas não para Santa Catalina, no blog de Santa Catalina explica bem como fazer (https://quintaisdomundo.com/2011/07/24/santacatalina/).
De Santa Catalina para Bocas é outra viagem longa com varias trocas de onibus, mas não é preciso reservar, tem que sair cedo de Santa Catalina e nao precisa reservar. A viagem demora o dia inteiro e vai chegar só a noite em Bocas, tente sair o mais cedo possível, pergunte na cidade que horas sai o primeiro bus.
Acho que é isso, aproveita bem e curte bastante o Panamá, lá é um bom local para fazer compras também, principalmente eletronicos.
Abracos
Rodrigo Villela
Olá Rodrigo e Pri, pretendemos ir até Bocas, ficar lá uns 4 dias e de lá partir, de carro algugado (é possível???) até a fronteira com a Costa Rica e então alugar um novo carro e tocar até Pavones. Qual a distância aproximada e o tempo de viajem???
Outra opção seria ficar somente no Panamá mesmo (já conheço Pavones, tenho muita vontade de voltar lá…) e fazer de Bocas até Santa Catalina de carro. O que sugerem??? Nossa intenção maior é pegar ondas boas!
André e Ana.
Olá André, obrigado pelo contato!!! de Bocas para a fronteira é possível ir de carro, mas também é possível ir de taxi ou onibus, a estrada entre Bocas e a panamericana é montanhosa e cheia de curvas. acredito que até a fronteira deve durar de 04 a 06 horas dependendo do transporte. Na fronteira voce pode deixar o carro e alugar outro, n’so fizemos isso na fronteira da Costa Rica com a Nicaraguá. Acredito ser mais interessante ir de transporte público de bocas para a fronteira e lá alugar um carro até pavones, mas veja o que é melhor para você. Existe também a possibilidade de um taxi pegar voce na fronteira e levar até pavones, entre em contato com a Jenny da Casa Olas em Pavones, ela pode te ajudar com tudo, mesmo não ficando hospedados lá. Ela é muito simpática e prestativa. Quanto as ondas, é vai depender da época do ano, Bocas só tem onda no final e começo do ano, e Pavones da as caras somente no meio do ano.Abraços e boa viagem.
Pri…que saudade de ti, guria!
Haha, fiquei super feliz ao encontrar o site.
Aproveite muito, estou sempre na torcida… =) Maui s2
Thaís