G’Day Mates!
Esse será nosso último blog da Austrália, aqui contaremos nossa passagem pelas cidades de Newcastle e Sydney.
NEWCASTLE
Deixamos Nelson Bay e partimos então para Newcastle, uma cidade grande, ou melhor, maior do que as que havíamos passado recentemente. Vou dar alguns números para se ter uma idéia. A Austrália tem uma população de somente 22 milhões de habitantes, menor que a grande São Paulo. Sydney é a maior cidade do país com +/-4.5 milhões de pessoas, menor que o Rio de Janeiro que tem mais de 7 milhões. Newcastle tem entorno de 500 mil, e é uma das maiores cidades do país. A cidade é cercada de prédios, grandes casas, restaurantes charmosos, bares e uma igreja enorme que mais parece um castelo. E mais praias lindas, limpas, areias amareladas, mar verde e água geladíssima.
Chegamos e fomos direto para a praia checar as famosas e clássicas ondas de Merewether. Era um belo final de tarde, com céu azul, poucas nuvens, vento terral forte e gelado. As ondas estavam pequenas mas com boa formação. A água gelada e principalmente o horário, não animou o Ro pra colocar a roupa de borracha e entrar no mar. Na verdade ele não gosta nem um pouco de surfar no frio, e ainda mais sabendo que já houveram alguns ataques de tubarão nessa praia. Dizem os especialistas que a maioria dos ataques acontecem longo cedo e no final de tarde. Para completar estávamos caminhando na orla e vimos a seguinte placa: SHARK ALARM que é acionado para advertir os banhistas e surfistas quando há tubarões próximos da praia. Fiquei alí pensando na agonia de um surfista ao ouvir o soar do alarme e ele à deriva no mar com um grande tubarão branco!
Passamos esse dia admirando as ondas, caminhando na praia, observando os pássaros voarem e andando sobre as pedras. Vimos um grupo de golfinhos cortando toda a praia e surfando as belas ondas de Merewether ao lado do poucos surfistas dentro da água. Foi muito lindo de ver! À noite saímos para dar uma volta na cidade e ve-la toda iluminada. Percorremos algumas ruas, passamos pela igreja em forma de castelo e decidimos parar o carro próximo dela. A rua não era plana e muito menos reta, mais foi o local mais tranquilo que encontramos para dormir no carro. Essa noite foi terrível, eu caia por cima do Ro e nós dois escorregávamos para os bancos dianteiros, foi a pior noite para nós. Acordamos os dois doloridos e com as costas tortas. Mais no final foi engraçado e valeu a experiência. Fica a dica para quem for dormir no carro, estacione em lugares planos, sempre.
Sabíamos que na manhã seguinte entraria um swell enorme, então nos apressamos e fomos fazer nosso café-da-manhã em Merewether. Quando chegamos, havia muitos carros estacionados e quase todos fotografando as gigantescas ondas. Essas estavam massivas, grandes e tubulares. Na internet dizia que o swell seria de 10 a 12 pés, mais de 3 metros de onda. A previsão se confirmou e só tinham alguns poucos surfistas locais na água, que já conheciam muito bem as ondas. Todos tiraram suas maiores pranchas do armário para surfar nesse dia. As condições eram assustadoras, a praia ficou fechada para banho e tinha muitos salva-vidas preparados para qualquer problema. Ficamos ali assistindo toda aquela batalha entre surfistas e ondas. O swell durou somente uma manhã e depois o mar ficou bem menor. Decidimos seguir viagem e pegamos a estrada para Sydney.
SYDNEY… a cidade modelo!
Chegamos no começo da tarde e entramos por esta grande e impressionante cidade através da famosa ponte Harbour Bridge, de onde já tivemos nossa primeira vista da também mundialmente famosa Opera House. Após uma leve passagem pelo centro da cidade, fomos direto para as praias do litoral norte, indicação de várias pessoas que conhecemos durante a viagem. Escolhemos a praia de Manly Beach para ser nossa hospedagem durante o tempo que passaríamos na cidade, pois era uma região um pouco menos movimentada que Sydney.
Manly e Cabbage Tree Bay
Quando chegamos em Manly fomos lavar nossas roupas e enquanto esperávamos na lavanderia fizemos amizade com um alemão (Florin) que também estava viajando pela Austrália e dormindo no carro. Conversa vai, conversa vem, Florin nos deu a dica de onde estava dormindo, e que poderia nos mostrar o local. Roupas lavadas, seguimos seu carro e chegamos em um belo estacionamento em cima de um morro de frente para o mar. Foi muita sorte ter encontrado com ele, pois em Sydney quase todos estacionamentos são pagos e tem sempre policial fiscalizando. Florin nos disse que já estava ali há uma semana e que ninguém (Policial) havia lhe incomodado. Além do mais era de graça entre 19h e 8h da manhã. Nosso novo e belo estacionamento ficava em cima da praia de Cabbage Tree Bay, uma praia toda equipada com banheiro, ducha, água filtrada e churrasqueiras elétricas. Cabbage é uma linda baía com vista para a praia de Manly e muito frequentada por mergulhadores, nadadores, remadores, surfistas e velejadores. Achamos um lugar PERFEITO!!! acordávamos sempre as 6h com o sol nascendo.
Em uma das noites que compartilhávamos nossas experiências, Florin nos disse que iria fazer uma apresentação com malabáris de fogo na areia da praia, técnica que tinha aprendido na Tailândia. Assistimos sua linda dança com todos os movimentos dos braços e as chamas alaranjadas que o fogo proporcionava. Aplaudimos e aproveitamos o restinho da noite na praia. Na volta para o carro nos deparamos com um novo vizinho, um tipo de Saruê, um bichinho peludinho que praticamente não enxerga nada, ele procura comidas pelo olfato. Uma fofurinha que nos abençoava com sua graça durante nossas noites, e eu compartilhava com ele algumas castanhas que ele adorava!
Um passeio pelas praias do norte de Sydney
Como estávamos em Manly Beach, decidimos dar uma volta pelas outras praias e fazer um tour de carro para conhecer cada uma. Lembrando que estávamos em um roteiro de surf, porém, dessa vez fomos apenas conhecer e nada mais, pois não havia previsão de ondas. Dirigimos até a última praia mais ao norte e nossa primeira parada foi em Palm Beach, depois conhecemos ainda as praias de Whale Bay, Avalon, Naranbeen, Dee Why, Curl Curl e Queenscliff. Viemos parando em uma por uma até chegarmos novamente em Manly Beach. O passeio foi maravilhoso, mesmo o dia estando cinza e chuvoso, as praias se mostraram belas, cada uma com sua particularidade, beleza nas ondas, pessoas, esportistas, visual e etc. Apreciamos cada pedacinho de terra australiana e fomos nos despedindo das ondas e da vida aquática desse país.
Downtown e a bela Opera House
Nossa última parada foi em Sydney ou melhor no centro da cidade, esse dia tiramos para visitarmos alguns pontos turísticos, passear pelas ruas, fotografar e “turistiar”. Também ficamos de nos despedir mais uma vez de nossos amigos Rodrigo e Maria Polo, que estavam hospedados no centro da cidade.
Acordarmos bem cedo para chegar pela manhã, pois tínhamos que encontrar um local para estacionar o carro que fosse de graça ou com o máximo de tempos possível. Florin já tinha indo e nos deu algumas dicas de onde poderíamos encontrar. Em Sydney, se você não for morador local, terá que pagar e cumprir os horários para estacionar na rua. Alguns devem pensar: “é só pagar e pronto”. O problema é que os de ruas além de pagos tem tempo máximo de permanência com opções de 20 min até 4 h. Se você procurar bem pode encontrar a combinação perfeita, que são 4h de estacionamento de graça. Lá a fiscalização é rigorosíssima, passa policiais de tempo em tempo checando placa por placa dos carros. Não pense que lá não funciona, tomamos uma multa de $80 em Manly por apenas 10 minutos de atraso. Bom! com muita luta encontramos um estacionamento perfeito, acredito que o único de Sydney 4h e de graça, além do mais a apenas algumas quadras do centro e da famosa Opera House. Quem quiser conhecer o centro por mais tempo, existe a opção de ficar em estacionamentos particulares e pagar alguns bons dólares.
Calculamos nosso tempo e fizemos nosso roteiro, iniciamos nossa caminhada pelo porto e seguimos para um grande parque. Era um domingo e estava tendo uma competição de triatlon, com muitas bicicletas, ciclistas, corredores e claro turistas por todas as partes. Aproveitamos e tomamos alguns gatorades de graça. Do parque tivemos as vistas espectaculares da ponte Harbour Bridge, da Ópera House e do centro da cidade. Atravessamos o parque em direção a Opera House mas antes paramos para conhecer um pouco o Jardim Botânico que fica dentro do mesmo parque.
Continuamos e chegamos na Ópera House, uma obra arquitetônica maravilhosa com suas curvas, formas e desenhos. Pudemos toca-la e ver bem de pertinho os milhões de azulejos brancos que formam o telhado e toda a obra. Entramos e conhecemos ela por dentro também, com seus revestimentos, espelhos, cubas com formas orgânicas e iluminação impecávies. Bom! na nossa opinião a Opera é mais linda e emocionante de longe, e de perto ela se transforma e ganha outros adjetivos.
Ainda estávamos com tempo e fomos ao encontro de nossos amigos Rodrigo, Maria e Alice. Na verdade estávamos contando com a sorte para encontra-los, pois não tínhamos celular e muito menos internet. Havíamos deixado um recado há dois dias atrás dizendo que estaríamos na cidade em tal data. Eles nos responderam, enviaram o endereço e disseram um ok! Encontramos o endereço e o hotel, porém, não os encontramos! Deixamos um recado com a recepcionista e nos despedimos alí na pequena carta. O tempo estava quase no final para retornarmos ao estacionamento antes de tomar outra multa. Fomos com destino ao nosso carro e no caminho ainda vimos a bela Catedral, parques, pássaros e alguns monumentos. Entramos no carro e nos despedimos do centro de Sydney, seguimos para Manly Beach, nossa “casa”.
Nossa despedida da AUSTRÁLIA
Passamos nosso último final de tarde na Austrália na praia de Manly, apreciamos um belo final de tarde na companhia um do outro. Caminhamos pela orla da praia, tiramos algumas fotos da praia e das ondas, nos sentamos em um banco e esperamos a noite cair. Foi nossa última noite na Austrália.
INDO…NESSA PARA A INDONÉSIA
De manhã acordamos bem cedo, organizamos pela última vez o nosso carro. Dessa vez, demos várias coisas que não usaríamos mais para o nosso vizinho Florin e outras deixamos em um brexó. Ainda passamos na Aloha Surf Shop, pois o Ro havia comprado uma prancha nova para as ondas da Indonésia, essa é com certeza a melhor e maior loja de pranchas novas e usadas da Austrália, ou talvez até do mundo, são mais de 1.000 pranchas no estoque. Um dos gerentes da loja é um pernambucano e ex-surfista profissional, o Rodrigo Trajano. Ele deu várias dicas para o Ro sobre a melhor prancha para a Indonésia, pois já frenquenta desde 1996 com mais de 15 carimbadas no passaporte. Foram dicas preciosas segundo o Ro. Aproveitamos tanta experiência e pegamos também uma dica de hospedagem.
Ok! Dicas anotadas e prancha nova adentro (agora quatro), seguimos então para o aeroporto, onde devolvemos nossa casa (o carro), tomamos um belo banho, como há muito tempo não tomávamos. O aeroporto de Sydney tem excelentes chuveiros, com cabines privadas e banho quente! Fizemos nosso check in e com um sorriso no rosto e ansiedade no coração aguardamos nosso vôo para a tão sonhada Bali, Indonésia.
Embarcamos com destino à terra mágica, paraíso do surf, festas, comidas exóticas, cultura, arquitetura fantástica, pessoas sorridentes, religião Hindu e muito mais…
Os próximos blogs serão 80% surf e 20% cultura, comidas, sol, templos, passeios, praias paradisíacas e ondas, muitas ondas!
Beijos e abraços
Priscila e Rodrigo
Amei!Estamos indo novamente pra Austrália! Onde o estacionamento grátis por 4h em Sydney? Beijos.