Oaxaca, México


Olá Muchacho,

Deixamos o paraíso das Lagunas de Chacahua com suas tartarugas e paisagens maravilhosas, para passarmos mais dois dias em Puerto Escondido antes de seguir viagem para a Cidade de Oaxaca. Nossa amiga Gina nos deu a dica de como seria melhor ir para Oaxaca. Disse que para não pasarmos tão mal com a estrada deveriámos seguir viagem de van, porque seriam 7h de puras curvas e montanhas. Pegamos uma van no centro de Puerto com direito a acento marcado (van com acento marcado foi a primeira vez!!!).

Pri na van indo de Puerto para Oaxaca

Entramos na van e o Ro foi sentado na frente ao lado do motorista, pois ele passa mal com muitas curvas. Já eu fui no banco de trás, com um homem do meu lado e uma mulher do lado dele. Quando chegamos tinha certeza que aquele homem iria do meu lado. Dito e feito! O cara estava inchado de tanto álcool, exalava um cheiro muito forte. Imaginem 7h de estrada, com curvas que jamais havia visto e o homem bêbado com bafo de cachaça, que dizer Tequila, do seu lado. Ele dormiu a viagem inteira e sempre caia em cima de mim, aí eu dava uma empurradinha nele para a moça e ela dava um jeito nele. Quando isso acontecia ele abria os olhos, virava a cabeça para mim e sorria, não aguentava e caia na risada também! Que bêbado folgado!

Ro na frente da van

Depois de muitas curvas, enjôos e bafos de cachaça, chegamos em Oaxaca e fomos direto para o albergue Casa del Sol. Visitamos Oaxaca por influência de nosso amigo Esky, que nos falou muito bem dos famosos chocolates quentes preparados com água, dos doces e dos pães daquela cidade.

Casa del Sol

Casa del Sol

Durante os cinco dias que ficamos por lá, visitamos mercados enormes com carnes à mostra para os clientes escolherem e assarem na hora, lojas, cafés super charmosos, chocolaterias, docerias para se perder de vista, praças extremamente floridas, ruas com sua arquitetura em estilo colonial, museus, igrejas e claro uma fábrica de chocolate. Na fabrica provamos o verdadeiro chocolate quente de Oaxaca, feito com chocolate (70% cacao), água e pouco açúcar. Espetacular e delicioso! Tomamos chocolate quente quase todos os dias que ficamos em Oaxaca.

Mercado de Carnes

Carne assada com rabanete, palma, vinagrete e tortilha

Frutas e verduras

Pimentas

Praça florida com café ao fundo

Ruas de Oaxaca

Fábrica de chocolate

chocolate na produção

Pri tomando chocolate quente na praça

Seguindo a dica do Lonely Planet, decidimos fazer alguns passeios na região. Entre os vários que existem escolhemos dois que duravam o dia inteiro cada um. No primeiro passaríamos por uma ruína zapoteca (Monte Albán), uma comunidade que produz artesanatos em madeira coloridos, um convento (Santo Domingos) e uma fábrica de barro negro (outro artesanato local). No segundo ”recorrido”, como os mexicanos chamam um passeio, iríamos visitar uma árvore gigantesca (El Tule), uma fábrica de tapetes oaxaquenhos, uma cascata petrificada, outra ruína zapoteca (Mitla) e encerrar em uma fábrica de mezcal (primo da tequila).

PRIMEIRO PASSEIO

Acordamos cedo para nosso primeiro passeio, que havíamos agendado no dia anterior em uma agência de turismo. Uma van nos pegou em nosso albergue e depois o restante do grupo que iriam conosco. Iniciamos o passeio visitando o Monte Albán, mais uma ruínas das várias que conhecemos nos Quintais do Mundo, só que dessa vez não era uma ruína Maia. Essa cidade pertenceu a dois povos distintos em épocas diferentes, sendo o primeiro habitada pelos Zapotecas e depois pelos Mixtecas.

Ro com bigode ala mexicano e Pri. Na van indo para nosso primeiro passeio.

Monte Albán

Um pouquinho de história para quem gosta. O Monte Albán foi a maior cidade da região oaxaquenha, teve uma constante ocupação humana por mais de três séculos (500 a.C até 850 d.C) e por razões até agora não estabelecidas foi abandonada. É um dos poucos lugares do mundo, onde se mostra claramente o surgimento de um estado como sistema de governo. Em 1987 o Monte Albán, foi consagrado Patrimônio cultural pela a UNESCO. O Monte Albán é uma ruína com cenários bem diferentes dos que havíamos visitados antes. A vegetação é mais seca e ao mesmo tempo muito florida. Percorremos toda ela com um guia que nos explicou sobre aquelas civilizações que viveram ali. Vimos algumas pedras esculpidas com desenhos de crianças, anões, pessoas com anormalidades, mulheres grávidas, e outras mais. O guia nos contou que os casamentos naquela civilização eram entre parentes e por isso era normal ter complicações na gravidez, com algumas crianças nascendo com deformações geneticas e também Sindrome de Down. Conseguimos ver com nitidez tudo que retrataram nas pedras. Ficamos satisfeitos em saber que eles não eram excluídas e nem sacrificadas, pelo contrário, eram idolatradas e tratadas como pequenos deuses. Eram considerados seres evoluídos. Que exemplo para nossa atua civilização!

Monte Albán

Pedras esculpidas

Depois das ruínas partimos para nossa outra parada do dia. Fomos conhecer uma comunidade que produz artesanatos em madeira (conhecidos com Alebrijes), onde tudo era extremamente colorido. Visitamos todas as etapas da produção: entalhar as peças na madeira, lixar, polir, pintar e envernizar. No final fizemos algumas comprinhas, pois tudo era muito lindo.

Entalhador

Etapa de pintura

Alebrijes

Nossa terceira visitar foi ao Convento e Igreja Santo Domingos, onde soubemos que os Zapotecas eram cateczados para virarem cristãos. Eles não podiam entrar na parte principal da igreja e tinham um local separado para ficarem.

Conveto Santo Domingo

No último passeio do dia visitamos ainda uma fábrica de barro negro, onde assistimos uma senhora fazer uma demonstração de toda a produção de uma peça. Ela nos mostrou de onde era extraído o barro, o processo manual de moldagem, a secagem ao natural, a secagem ao forno, o polimento que é dado com couro de vaca e por fim um polimento com pedra de quartzo para dar o aspecto brilhante. As peças eram lindas, pareciam até que foram feitas de uma pedra preciosa de tanto que brilhavam.

Barro Negro

SEGUNDO PASSEIO

Em nosso segundo passeio estávamos ansiosos para conhecer os lugares por onde nos levaríamos. Nossa primeira parada foi El Arbol del Tule (árvore Tule), considerada uma das árvores mais antigas do mundo. Quando a van parou não acreditava no que meus olhos viam, uma árvore explendorosa e com um caule que jamais vi na vida. Peguei algumas informações da árvore para escrever aqui no blog. A árvore mede 42m de altura, um diâmetro de 14,05m e a grossura do caule é de 58m. Um gigante em meio a um jardim de delicadas rosas!

El tule

Foto

Nossa segunda parada do dia foi em uma Fábrica de Tapetes de Oaxaca. Lá assitimos uma explicação sobre a produção de tapetes, a origem da matéria prima (lã), o processo que leva até virar fio e o tingimento com pigmentos naturais. Esse ultimo foi o mais impressionante, porque descobrimos a origem de várias cores na natureza. Por exemplo, o pigmento vermelho pode ser extraído de um inseto que fica dentro da folha do cacto, eles extraem as palmas com os insetos, retiram um por um, deixam eles secar, depois misturam em água e eles soltam uma cor vermelha. Já o pigmento amarelo eles retiram da flor de camomila. E assim fomos aprendendo todo processo até chegar à parte de tecer os tapetes no tear. Os tapetes levam meses para ficarem prontos, um mais lindo que o outro. Um trabalho espetacular!

Linhas de lã coloridas

Linhos coloridos

Fabricação do tapete

Tapete pronto para vender

Da fábrica partimos para o passeio mais esperado, fomos conhecer a cascata de petrificada. Fizemos uma pequena trilha de 20 min para chegar em um mirante que dava de frente para a cascata. De lá pegamos outra trilha para ver em cima da cascata, onde ficamos impressionados pois tinha água no topo, era uma nascente de água cristalina porem com muitos minerais, cálcio , sal e ferro. Por conter uma infinidade desses minerais, quando cai na cascata o sol bate, seca e faz o processo de petrificar a água. Muito linda. Junto à cascata há uma piscina de água azul e transparente. Quem quisesse podia se banhar, porém a água era geladíssima!

Cascata Petrificada

Piscinas mineralizadas no topo da cascata

Bom! A fome já era enorme à essa altura dos recorridos. A van nos deixou em um restaurante em estilo Buffet Oaxaquenho. Recebemos Mezcal de boas vindas do restaurante e fomos nos servir. Eram tantas comidas diferentes que não sabíamos o que comer. Então pegamos um pouquinho de tudo para provar. Tinha chapulines (grilos), frango com mole (molho a base de pimenta e chocolate, especialidade de Oaxaca), carnes diversas, saladas, arroz, churrasco de cactos (palma) e muitos doces regionais. O Ro repetiu quarto vezes e eu duas, tava muito bom!

Foto

Barriguinha cheia fomos fazer nossa digestão em Mitla, mais uma ruína Zapoteca. Mitla, na língua Zapoteca, significa  Lugar de Muertos , ou seja, um cemitério. São cinco conjuntos com uma arquitetura monumental. Todos reproduzem a tradição de praças rodeadas por palácios, ao mesmo estilo de Monte Albán. Os palácios se caracterizam pelo uso arquitetônico de grandes monolitos (uma pedra única) e por suas fachadas ornamentadas com mosaicos de gregas de diferentes desenhos.

Mitla

Nossa última parade foi a Fábrica de Mezcal, que também estavamos ansiosos para conhecer e provar a bebida! Mais uma vez acompanhamos todo o processo para se fazer o Mezcal, que por sinal é bem parecido com o processo da nossa cachaça. A única diferença é que no lugar da cana de açúcar eles usam o agave. O Mezcal pode ser puro, com diferentes tempos de envelhecimento e com vários sabores adicionados, como os nosso licores. Aprendemos que a agave usada para fazer o Mezcal é diferente da agave usada para fazer a tequila, além do mais o Mezcal só pode ser produzido em Oaxaca e a Tequila em Guadalajara, região mais ao norte.

Fábrica de Mezcal

Agave, o produto base do Mezcal

No final de tudo, degustamos vários sabores e compramos dois mezcal, que foram esquecidos na van. Que merda!!!

Pri e Ro com o Mezcal que foi esquecido na van

Bom, depois de tanto passeio, ficamos mais um dia em Oaxaca, passeamos pelo centro da cidade, visitamos alguns museus, provamos algumas comidas e aproveitamos um pouco mais os chocolates quentes. No outro dia partimos para a Cidade do México, mas especificamente para o terminal de ônibus, para de lá decidir para onde iríamos. Nossas opções eram as seguintes: ficar na Cidade do México ou escolher entre Guanajuato, Morelia e Taxco. Nossa decisão seria baseada na disponibilidade de ônibus, pois era véspera de feriado.

Em nosso próximo blog vocês ficaram sabendo para onde fomos!!! Foi interessante ir para uma rodoviária sem saber para onde iríamos…hehehe

Continuem nos acompanhando, estamos adorando todos os comentários do facebook e do blog.

Beijos a todos

Priscila e Rodrigo

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