Olá,
Estamos de volta, agora aqui neste Quintal teremos muitas ruínas Maias para vocês!
Bom! Saímos de Antigua à noite e desembarcamos em Flores pela manhã, ainda na Guatemala. Este pequeno povoado está localizado em uma ilha no Lago de Petén Itzá ao norte do país. Flores foi somente nossa base para de lá visitarmos o famoso Parque Nacional Tikal, um sítio arqueológico Maia declarado pela Unesco em 1979 como Patrimonial Cultural da Humanidade.
Chegamos sonolentos e pegamos um taxi para o Hotel Doña Goya II que nosso amigo Esky havia nos indicado. Entramos, checamos o quarto e para nossa alegria era confortável, arejado, limpo e tinha uma vista incrível para o lago. Desfizemos as malas e decidimos tirar um belo cochilo por toda a manhã, já que nossa noite anterior tinha sido um pesadelo, pois nunca tínhamos passado tanto frio em um ônibus.
Acordamos por volta de 11h e saímos para conhecer a cidade, sacar dinheiro e encontrar um restaurante para almoçar. Fomos então para Santa Helena, cidade vizinha interligada a Flores por uma pequena ponte. Santa Helena é maior e é onde estão todos os bancos, supermercados e centros comerciais. Aproveitamos para ir caminhando, pois assim poderíamos conhecer melhor Flores (que por sinal é muito pequena) e também um pouco de Santa Helena. Para se ter uma ideia do tamanho de Flores, é possível dar uma volta completa na ilha apenas caminhando por alguns minutos. Bom! Caminhamos então até Santa Helena, sacamos dinheiro e fomos almoçar. Paramos em um restaurante local e tradicional que era indicado em nosso livro de mochileiro, o Lonely Planet.
Uma pausa para falar um pouco do Lonely Planet. Esse livro é simplesmente sensacional, viajamos com ele para todos os lugares, e nele encontramos informações preciosas de como chegar, onde comer, onde se hospedar, o que levar, o que fazer e quanto mais ou menos vamos gastar. É uma ferramenta de viagem que todo mochileiro tem que ter. Normalmente tem um para cada país, ou região do mundo.
Bom, voltando para nossa caminhada, depois do almoço decidimos dar uma passada no mercado popular de Santa Helena para comprar algumas frutas para o nosso café da manha e também para nosso passeio pelas ruínas da cidade Maia de Tikal. Voltamos para o hotel e fizemos nossa reserva para o passeio do Tikal. Nessa noite, resolvemos jantar em um restaurante local indicado pelo gerente do hotel. Chegamos em um restaurante com as paredes azuis cheias de estrelas desenhadas, com cadeiras e mesas de madeiras e alguns quadros com motivos Maias. Já era um início do que veríamos na manhã seguinte no Tikal. Eu pedi uma pizza pequena e o Ro uma macarronada. A pizza demorou quase 40 min para ficar pronta, e enquanto isso comemos a macarronada que estava divina e tinha chegado em 15 min. Quando terminamos a macarronada a pizza chegou. Finalizamos a noite duas cubas livres!
Passeio para as ruínas de TIKAL
No dia seguinte acordamos às 5h, pois sairíamos às 6h do hotel, para chegarmos às 7h da manhã nas Ruínas de Tikal . O passeio por dentro do sítio arqueológico demoraria mais ou menos seis horas, pois o lugar era imenso. Chegamos às ruínas no horário previsto e um guia nos acompanhou por alguns monumentos, dando explicações daquela civilização magnífica, mas que se perdeu no tempo e pouco se sabe sobre elas.
Iniciamos a caminhada por uma trilha com muitas árvores nativas com grandes copas e muitas tonalidades de verde, dentre todas as árvores a que mais se destacava era a Ceiba, uma imensa árvore com metros e mais metros de altura e com galhos apenas próximos de sua copa. Descobrimos que essa árvore era a mais importante para os Maias. Para eles a Ceiba tinha um significado de conduzir a vida do morto das profundezas do infra-mundo (raízes) até o céu (copa), onde o tronco conectava os dois mundos. Os Maias também utilizavam a Ceiba para rituais, reunindo-se em volta do tronco para agradecer ou pedir algo.
Continuando pela trilha avistamos alguns templos completamente encobertos de vegetação, com árvores centenárias por cima dos edifícios maias. Encontramos também montanhas com muitas árvores à primeira vista e quando se contornava a mesma, víamos surgir em sua outra metade templos imensos.
Vimos também algumas pedras utilizadas para cerimônias de oferendas para os mortos. Admiramos os hieróglifos esculpidos nas pedras, muitos desses ninguém sabe o que significam, pois apenas 1% do sítio arqueológico foi revitalizado. Perguntaram para o guia porque não revitalizam tudo? Porque não tiram toda vegetação de cima dos templos? As respostas foram duas: 1) o sítio arqueológico é muito grande e a vegetação que hoje existe é centenária, pois demorou muitos anos para reflorestar o que os maias haviam devastado, e isso afetaria novamente o equilíbrio ecológico; e 2) foi a falta de recurso financeiros para aprofundar as investigações sobre essa civilização mágica e misteriosa. Depois desse bate papo com o guia e de ficar imaginando como ficaria aquele parque todo revitalizado continuamos nossa caminhada e agora era hora de experimentar as escadarias intermináveis para se chegar desde a base até o topo dos templos.
Subimos e descemos muitas escadas, admiramos a vista infinita da floresta que rodeia Tikal e apreciamos quase todos os templos. Cada templo era construído de acordo com o governante daquele período. Segundo o nosso guia, Tikal era como se fosse um estado, onde 5 governantes se destacaram por suas construções e cada um fez o estado crescer e evoluir de uma forma diferente. Naquela época a população de maias era de aproximadamente 7 milhoes de habitantes e habitavam o que corresponde hoje ao México (Península de Yucatan e Chiapas), Guatemala, El Salvador e Honduras. Soubemos que o provável motivo para a civilização ter desaparecido foi à escassez de comida, falta de água e a mudança climática.
Voltando ao nosso passeio pelas ruínas e depois de quase oito horas caminhando, nossas pernas disseram chega. A fome já era grande aquela altura, pois as frutas que levamos conosco na mochila haviam se acabado. Decidimos nos despedir daquele lugar maravilhoso e magnífico que nos deixou com gostinho de quero mais! Voltamos caminhando para o local onde a van nos deixou para pegar outra que nos levaria de volta a Flores.
De volta a FLORES
Chegamos e fomos direto fazer um almoço-janta. Decidimos comer no mesmo restaurante do dia anterior, porém, dessa vez pedimos duas macarronadas. Satisfeitos ficamos sentados conversando sobre os maias e revendo as fotos que tiramos ao longo do dia. Pagamos a conta, e como o restaurante estava bem próximo do lago aproveitamos para apreciar o final de tarde.
Fomos para a orla lagunar, que mais parece um calçadão de praia, observar o espetacular entardecer e os milhares de pássaros pretos que lotam os telhados vermelhos das casas, os fios dos postes e as árvores em toda ilha. Essas aves fazem essa sinfonia todos os dias em cada amanhecer e entardecer, uma cantoria para nenhum outro pássaro botar defeito. É muito lindo e o som é magnífico. Logo depois caminhando um pouquinho mais, passamos por uma feirinha de comida típica, checamos o que havia e decidimos que comeríamos ali no dia seguinte.
Mudança de planos
Na manhã seguinte aproveitamos o sol que apareceu bem forte e fomos fazer uma caminhada, apreciar o lago, tirar algumas fotos e conhecer algumas ruas. Aproveitamos também para ir em uma agência de viagem, comprar nossa passagem de ônibus para o nosso próximo quintal (Belize), porém conversando com o agente nossos planos começaram a mudar. Perguntamos o preço da passagem para Belize, e o vendedor perguntou de que país éramos. Como somos brasileiros, ele disse que precisaríamos de visto para entrar no país e o valor seria de $55,00 dólares por pessoa mais a taxa de entrada de $15 dólares, obrigatória para todos. Paramos por um momento, discutimos e analisamos algumas alternativas. Resolvemos voltar depois para comprar a passagem, precisávamos checar a veracidade daquelas informações.
Regressamos para o hotel para fazer algumas pesquisas no computador e checar a previsão do tempo e das ondas. Por ironia do destino, dali a três dias chegaria um furacão em Belize, iria bater bem na costa caribenha. Para nós, foi mais que um aviso! Voltamos na agência e compramos nossa passagem de ônibus, só que agora para o México. Mudamos completamente nosso itinerário. Indo direto para o México, deixaríamos de conhecer Belize e também a península de Yucatán no México. Por esse motivo toda parte do caribe ficou para uma próxima viagem. Nosso destino agora seria a cidade de Palenque no estado de Chiapas. Escolhemos esta cidade para conhecermos mais um sítio arqueológico ao qual os mexicanos chamam de a Cidade Romântica Maya. Saímos da agência feliz com a nossa aquisição.
Despedindo de Flores
Fim de tarde se aproximando, hoje era o dia de provarmos as comidas da feirinha. Paramos em uma barraquinhas para provar uma bebida chamada horchata (a base de arroz) e comer as famosas tostadas, feitas com milho moído e assado. Imagine um sucrilhos sem açúcar do tamanho da palma da mão, assado no forno, extremamente crocante, essa é a famosa tostada, que pode ter recheios de: carne, frango, porco, macarrão com legumes, vegetais, saladas e queijos. Você escolhe o sabor e quantas irá querer, vale à pena, são extremamente crocantes e saborosas.
No dia seguinte decidimos aproveitar a manhã de sol para nos bronzear, ou melhor, só eu, pois o Ro ficou lendo em uma rede debaixo de uma sombrinha. Tudo de frente para um belo lago. Nada mal! Para finalizar, a tarde passamos algum tempo na orla do lago e depois voltamos para o terraço do hotel onde eu pintei algumas aquarelas e o Ro continuou lendo o Lonely Planet, nosso livro da viagem. Apreciamos nosso último pôr-do-sol de Flores e nos despedimos satisfeitíssimos!
Em nossa viagem na manhã seguinte acordamos cedo, ou melhor, acordamos às 3h da manha e seguimos viagem com destino ao nosso próximo Quintal, a cidade de Palenque, nosso primeiro destino no México. Nos acompanhem em nosso próximo quintal, agora além de ruínas teremos um pouco de tequila e pimenta.
Hasta luego!!
Priscila e Rodrigo
Ola Muito legal o post.
Estou indo para lá e me surgiu uma duvida.
Como foram de flores a palenque?
shooooooooooooooooow!